quinta-feira, 8 de outubro de 2009

2009-ago-22 @ Campo Grande, MS.

Afabilidade e a Bigornada de agosto.

Um dos eventos mais legais que fizemos no ano. Valeram a pena as doze horas gastas no carro na ida e as doze na volta. Estamos fazendo tudo de carro ultimamente - não é a opção mais saudável para o meio ambiente (culpa ecológica mode on) mas é econômico, e traz ganhos bacanas como autonomia de rolê na cidade e uma convivência extrema da banda. As horas de tédio ganham vida e se transformam em dinâmicas de teatro do absurdo, sem contar que as paisagens brasileiras em transformação entram na veia e viram poesia bruta.

O Mato Grosso do Sul é redondinho e tem Campo Grande como pólo, e grandes áreas de preservação. Como um rancho-ecológico. As fronteiras do Estado são inflamadas, passa muita droga e muamba. A rapaziada parece carregar a ironia como Brasília, e o gosto pelo rock'n'roll safado como BH - uma galera despretensiosa, que quer firmar rock novo na cidade, umas 4-5 bandas fodas, e 10-15 bandas legais, e vontade de chutar o passado e viver logo.

Chegamos para o café da manhã no hotel em frente à rodoviária. Acorda, almoço e montagem da II Mostra CineOsso de Cinema Independente Paulista, organizada pelo coletivo de mídia experimental Escárnio e Osso, do qual a Visitantes faz parte. Quase cem pessoas assistiram a curtas de terror e documentários no MARCO - Museu de Arte Contemporânea de Campo Grande - apresentados por mim. Um marco para o EO!, que está no seu sétimo ano, o primeiro com o foco principal em ações experimentais multimídia.


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À noite, Barfly. Pra quem conhece, lembra a Obra (MG/BH) só que com dois andares, sinuca e mais arejado. Sabão aproveita que está fora de SP e pode fumar na balada. Thiaguim e seu charme estão meio cansados. Gobstopper guitarra Golden miando chorus nasal. Facas Voadoras é meio Faith No More, meio Queens of the Stone Age rockão. Linearmente nos seguimos a eles, acho que devo dar destaque pra O Homem-Moto, porque vi as expressões esticarem nos rostos das pessoas ali embaixo do palco.

E Dimitri Pellz fechou a noite com um dos shows mais incríveis que vi esse ano. Fiquei tentando capturar milimetricamente as intenções da Maíra em chafurdar os cérebros da galera, enquanto a banda rasgava punk pós-punk agressivo, teatral e expressionista, e cervejas voavam por aí numa dança anarquista. Depois do show, a galera parece ter achado normal, eu fiquei meio quieto, sentindo aquele amargo do pós-show de quando o show é intenso (como senti no Radiohead, e no Armagedom - Sinfonia de Cães VII, e como sempre era nos shows do Ludovic).

Saudades dos instantes etílicos, de Fernanda, Letz e Manu e toda a galera. Parece que estão num cantinho da Augusta, agora!

Beijo, queridas!

(post escrito durante o vôo SP-Rio Branco, indo pro Congresso Fora do Eixo/Festival Varadouro, no Acre.)